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SEMEANDO
Por Zé Pelintra
O caminho sobre pedras é áspero. Assim como as almas que se deixaram secar pela desesperança e a amargura.
As pedras do caminho nos levam à atenção e à concentração do pensamento, para evitar que os nossos pés sejam, de novo, feridos no atrito. Assim como as almas que aprendem a persistir no Bem, tendo-o como um compromisso consigo mesmas e ainda que não sejam compreendidas e correspondidas.
Caminhar no Bem nem sempre evita as pedras do caminho. Porque muitos trilham o mesmo caminho, com diferentes visões e objetivos.
Visões e objetivos representam escolhas. E cada um de nós é livre para escolher.
Escolher implica em assumir consequências. E as consequências chegam sempre àqueles que precisam ser atingidos, pois a Vida não erra o alvo.
Somos arqueiro e alvo. Lançamos a flecha da nossa vontade, e as energias da meta que traçamos sempre nos encontrarão de volta.
Essa volta pode tecer um saco cheio de pedras. Semelhante ao peso das almas que colecionam tristezas, derrotas, traições e desânimo.
Mas a volta pode ser também o começo de alguma construção, com as muitas pedras encontradas no caminho. Semelhante à sabedoria das almas que, testadas pela maldade e pela ingratidão, cercam-se da plena convicção no Bem e perseveram.
A perseverança no Bem é resultado da compreensão do nosso primeiro e maior compromisso: não estamos aqui para consertar o mundo e nem a ninguém. Tudo o que pensarmos e fizermos no Bem e pelo Bem refletirá em nós mesmos, em nosso crescimento.
Ao firmar a convicção de crescer, ampliamos os nossos horizontes e ao mesmo tempo nos transformamos em irradiadores do Bem.
Irradiando o Bem, a flecha da nossa vontade voltará para nós ainda mais carregada pelo Bem.
Carregando-nos das energias do Bem, estaremos criando à nossa volta um halo de proteção contra “a maldade dos maldosos”. O Bem é a Luz Divina dissipando todas as sombras.
Envolvidos pelo halo do Bem, não precisaremos de espadas, lanças e de nenhuma arma de guerra.
Depondo as armas, seremos totalmente abraçados pelo Bem Maior, que é Deus.
Nos Braços de Deus, compreenderemos que somos todos Seus filhos, não importando o tamanho da nossa compreensão das coisas. Cada um vive e se alimenta das energias que gera no coração.
Iluminados por essa compreensão teremos a certeza de que amar vale a pena, que viver vale a pena, que persistir nesses ideais vale a pena.
A terra recebe todas as sementes; e as devolve em frutos e flores, para o bom semeador, que não descuidou de adubar e regar sua plantação.
Não importa o que aconteça “no canteiro dos outros”. Só podemos ajudá-los com o bom exemplo. E não podemos descuidar do que nos cabe fazer, com a desculpa de que “os outros” não estão fazendo a parte que lhes cabe.
Existe muita terra. Há terra para todos. Um semeador não tem o poder de interferir no trabalho do outro: a Lei e a Justiça Divinas não o permitem.
Tenhamos atenção na direção e no ímpeto com que lançamos a flecha da nossa vontade, é o que nos cabe. Porque, de forma inexorável, aquela flecha voltará para nós, pela atuação da Lei e do Tempo: “a semeadura é livre, mas a colheita é obrigatória”.*
De Jorge Scritori - jorgescritori@hotmail.com
Instituto Sete Porteiras