O Caminho do Bodhisattva:
MAITREYA






Bondade e Maitri

Maitreya personifica as virtudes do bodhisattva, de bondade, compaixão destemida e virya ou vigor. O nome Maitreya deriva-se da palavra sânscrita MAITRI, que significa bondade, amor, benevolência, amizade, afabilidade ou boa-vontade. Segundo alguns estudiosos a palavra maitri vem de mitra, que significa amigo, e de matr, que significa Mãe. Maitri é um dos Brahma Viharas, ou estados sublimes da consciência.

Har Dayal observa que em escritos budistas a qualidade de maitri é considerada o oposto da malícia: "Maitri é caracterizada pelo desejo de fazer o bem ao próximo e dar-lhe o que lhe for propício. Maitri é considerada uma grande força no universo. Faz o bodhisattva ter esperança, orar e desejar o bem ao próximo, sem paixão ou expectativa de recompensa. Maitri doma animais selvagens e serpentes peçonhentas. Impede e alivia a dor mental e o mal. Estabelece paz e concórdia entre os homens. Os Budas perfeitos podem emitir de seus corpos raios de maitri que se difundem pelo mundo inteiro, promovendo paz e alegria.

Esses raios podem ser visualizados vindos do chacra do coração e da chama trina que está selada no chacra do oitavo raio, a câmara secreta do coração. Invoqueis vosso Santo Cristo Pessoal e vossa Poderosa Presença do EU SOU para enviar potentes raios de Amor e Sabedoria a toda vida consciente. A verdadeira bondade amorosa é, na realidade, o equilíbrio perfeito do Amor e Sabedoria coroados com o Poder, expressos por um cuidado amoroso com as criaturas de Deus.

Compaixão e Perdão

Har Dayal, resumindo a perfeição de Ksanti (qualidade do perdão, no Budismo), diz: "Um bodhisattva sabe que os Budas são um oceano de firmeza. A suave firmeza é a sua vestimenta espiritual. Ele perdoa a todos por todo tipo de injúria, insulto, ultraje, abuso e censura. Ele perdoa a todos em todos os lugares, em segredo e em público. Ele perdoa a todos de manhã, ao meio-dia, à tarde, de dia e de noite. Ele nos perdoa pelo que foi feito no passado, pelo que está sendo feito no presente e pelo que será feito no futuro. Ele perdoa seus amigos e inimigos. Ele perdoa a todos, sem exceção.

Em seu ditado de 4 de julho de 1968, Saint Germain ressalta a importância do perdão: "Toda vez que alguém fizer algo de que não gosteis, esta é a vossa grande oportunidade de dizer: 'Eu usarei a energia de Deus para livrar o Universo de mais este mal. Eu cuidarei para que o quadro-negro da vida torne-se uma tela branca radiante de perfeição, e eu manifestarei meus padrões de perfeição. Pois estes padrões provêm de Deus e EU SOU o Filho que representa o Pai e devo manifestar Luz e não trevas".

Virya ou Vigor

Sangharakshita, um erudito e monge budista, explica que o ideal do Bodhisattva inclui a qualidade de virya, ou vigor. "Ele é o grande herói, a corporificação não só da compaixão e sabedoria, mas também de virya ou vigor, uma palavra que, como seu equivalente etimológico "virilidade", significa energia e potência masculina".

Aprendemos destes ensinamentos que a compaixão e a bondade amorosa, as máximas do bodhisattva, necessariamente incorporam o destemor. Saint Germain, em um ditado de 6 de abril de 1988, chama-nos a atenção para o desenvolvimento da qualidade de compaixão destemida: devemos desenvolver nosso coração como uma fornalha ardente, um vórtice de transmutação, um lugar onde a chama trina é equilibrada, e a partir do qual ampliamos as fronteiras do ser e do amor para envolver todos aqueles que sofrem.

Nos ensinamentos budistas, ardor é a palavra para vigor. Virya é uma das dez paramitas ou virtudes elevadas. De acordo com as escrituras do budismo mahayana, virya é de vital importância. A iluminação depende inteiramente de virya.
Helena Roerich, que na década de 20 começou a publicar ensinamentos do Mestre El Morya através dos livros de Agni Yoga, escreveu sobre Maitreya e o caminho do bodhisattva. Ela apresenta um perfil do bodhisattva e coloca a energia entre suas qualidades mais importantes, além da coragem, paciência e destemor.

A compaixão ativa do bodhisattva, incluindo o destemor e virya, acha sua suprema expressão no Perdão. É impossível estender compaixão a alguém a quem ainda não perdoamos por suas transgressões. E para perdoar é necessário virya. Se não possuirmos força, não teremos sequer força para perdoar.

O Buda Vindouro

Maitreya, "o próximo Buda", "o futuro Buda", desempenha muitos papéis nas várias tradições budistas em todo o Extremo Oriente. Não só é o guardião do Dharma, como também um intercessor e protetor, um guru que inicia pessoalmente seus devotos, um mensageiro enviado pela Mãe Eterna para resgatar seus filhos, o Messias que desce à Terra quando o mundo se encontra em tumulto, para julgar os maus e salvar os bons, e, por último, mas não menos importante, ele é o Buda Sorridente.

De acordo com as tradições do Budismo, Gautama Buda profetizou aos seus discípulos que, após o planeta ter-se saturado de trevas, o Senhor Maitreya desceria à Terra para presidir uma era de iluminação. Gautama ensina que o barco do Dharma é o meio que o bodhisattva emprega para resgatar todo ser senciente que está sendo arrastado pelas águas ou se afogando no vasto oceano do samsara.

Maitreya foi considerado por certos grupos do Budismo chinês como o Salvador. Também aparece como o Messias nos ensinamentos do Lótus-Branco do Budismo, religião que começou na China no início do século XIX. Segundo esses ensinamentos, Maitreya foi designado pela Venerada Mãe Eterna para lembrar seus filhos de sua origem sagrada e mostrar-lhes o caminho de volta ao Lar.

Nos Atos de Tiago, no lindo poema gnóstico "O Hino da Pérola" , encontramos um paralelo a essa missão de Maitreya.

O poema descreve a viagem de um príncipe que é enviado pelos seus pais ao Egito para recuperar a Pérola que se encontra no Oceano, em poder da Serpente. Seus pais prometem-lhe que ele herdará o reino quando sua missão for cumprida. Entretanto, o príncipe, compartilhando da comida dos Egípcios, cai no pecado do esquecimento e em seu consequente estado cármico de não-consciência. Ele se esquece de que é o Filho do Rei, de sua tarefa, e mergulha num sono profundo. O Rei e a Rainha, muito preocupados, escrevem-lhe uma carta que voa na forma de uma águia, que pousa ao lado do príncipe e lhe fala.

Assim que ouve as palavras da águia, o príncipe lembra-se de quem é e de sua missão. O príncipe embala a Serpente, pronunciando nas canções o nome do Rei e da Rainha e de seu irmão. A Serpente adormece e então ele recupera a Pérola, retorna ao reino de seu pai e recebe a recompensa.

Essa é a história da nossa alma, que tendo descido das oitavas etéricas, através de várias encarnações, perde a memória de sua origem e missão. É a história de nosso retorno ao Lar de Luz, através do ritual da Ascensão.

Maitreya é a única figura além de Gautama aceita universalmente em todas as tradições budistas. Ocupa um lugar importante entre todos os bodhisattvas, pois é aquele destinado a ser o próximo Buda. Eis porque muitos escritos e várias obras de arte retratam Maitreya como Buda. Já que os eventos na carreira de ensinamentos do Príncipe Ajita (Maitreya, o futuro Buda) moldam-se nos da carreira do Príncipe Sidarta (Sakyamuni, o Buda), é quase impossível, sem inscrições ou evidências contextuais, distinguir entre suas imagens. De qualquer forma, ao admirá-los, encontramos a unidade entre o Guru e o chela.

O Buda que Está Entre Nós

Ao estudarmos os elementos do Budismo histórico, devemos lembrar que Maitreya não nos é tão relevante como um bodhisattva do passado ou um futuro Buda, mas sim como um Mestre Ascenso muito presente em nosso meio, possuidor de plenos poderes e realizações búdicas, que podem nos ser transmitidas por ele através de ensinamentos e iniciações.

Como o Mestre Ascenso que ocupa o cargo de Cristo Cósmico e Buda Planetário, Maitreya nos ensina o mesmo caminho da cristicidade individual que nos conduz à conquista da budicidade, que ensinou a Jesus a mais de 2000 anos.

Em seu ditado de 14 de fevereiro de 1988, Jesus falou de Maitreya como aquele que o enviou na linhagem dos antigos gurus:

Eu vim a este mundo enviado por aquele que me enviou, e quando eu dizia 'Eu e o meu Pai somos um' eu falei do Pai e da vivente Presença do EU SOU, e de seu representante, Aquele que deveria usar o manto de guru. Portanto, aquele que me enviou na corrente da hierarquia dos anciães não era outro senão Maitreya.
Abençoados corações, a continuidade da mensagem de Maitreya vem agora novamente nesta hora a vós, não em um indivíduo escolhido, mas através de vós, e através da sagrada chama crística...

Venham ao meu coração e conheçam-me como o Filho, o Raio de Sol de Maitreya. Saibam, portanto, que minha missão, ter vindo antes dele, assim como João Batista veio antes de mim, foi a de limpar o caminho para a vinda do Cristo Universal em todos os Filhos de Deus na Terra.

Quando adiamos a vinda de Maitreya ou sua Presença em nós porque estamos preocupados com a nossa existência humana, até mesmo por apenas cinco minutos, enredamo-nos na mentira da procrastinação, que desloca o Buda Planetário e o Cristo Cósmico de onde estamos.

Vivemos no Eterno Agora em um momento crucial nos ciclos planetários e neste "pedaço" de eternidade; nós nos determinamos a deixar nossa marca no tempo, no espaço. E então, aceitamos hoje a fusão de nossos seres com o Cristo que é Jesus, o Cristo que é Maitreya.
"Agora é a hora certa, agora é a hora da salvação", gritou Paulo. Porque não temos mais tempo, só o agora. Nós não vivemos ontem, nós não vivemos amanhã, nós só vivemos hoje.

A Segunda Vinda

O Senhor Maitreya explicou o significado de Sua vinda em seu ditado de 2 de julho de 1988, afirmando Sua descida em nossos corações:

"Sendo o Próximo Buda, eu estou em vosso templo. Exatamente como é profetizada no Ocidente a segunda vinda do Cristo, também é profetizada no Oriente a vinda de Maitreya. O significado é a vinda de Buda que é o Cristo Cósmico em vossos corações. Essa vinda não está adiada. Está pronta. Eu estou aqui, meus amados. E posso entrar.

Quando a câmara é esvaziada e então preenchida novamente - esvaziada e preenchida pelo fogo da chama da Iluminação -, sabeis que em vosso processo de percorrer os desfiladeiros internos do ser, subindo então a escada em espiral rumo ao coração, eu estou convosco e, num momento de reconhecimento, vivenciamos a divina consciência de nós dois comungando no coração dos corações.

Em seu ditado de 21 de novembro de 1976, o Senhor Maitreya nos contou como o desafio de incorporar a virtude da bondade amorosa o motiva no caminho:

Eu venho para iniciar a linhagem dos bodhisattvas da Nova Era. Eu venho para perguntar: Há entre vós alguém que queira bem a Terra o suficiente para viver e amar, viver e servir até que seu povo, sustentado nas mãos de Deus, venha ao centro do Um?

Aqui estou, pode parecer surpreendente. Eu tenho sempre estado convosco, mesmo nas horas mais sombrias da vossa solidão, até na hora de vossa rejeição da minha presença quando gritastes: Até quando eu fugirei da Vossa Presença?

Pois sabeis em vossas almas que, ascendendo aos Céus ou estando nas profundezas do submundo, vós encontraríeis Maitreya Buda respondendo ao chamado de Gautama Buda e de Sanat Kumara. Pois há muito tempo fiz o meu juramento:



"E um dia, sentei-me com a mão na cabeça, em profunda introspecção e Gautama disse-me: Em que estais pensando, Meu Filho? E eu disse: Meu Pai, podemos conquistá-los com bondade e amor? Eles responderão ao amor? E meu Pai disse-me: Se mantiverdes dentro de vosso coração, Meu Filho, a completa orquestração do amor, 144.000 tons de amor, se vós mesmos vierdes a conhecer o amor, aí então, sim, vós os conquistareis com amor. Meu coração pulou de alegria. Meu Pai dera-me o desafio de conhecer o amor, ser amor, não simplesmente pelo amor, por amor ao amor, não pela mera felicidade de comungar com o amor, mas para a salvação de almas, para resgatar o Meu Deus na humanidade."


“Eu não vos abandonareis, oh, meu Deus”!
“Eu não vos abandonareis, oh, meu Deus”!
"Eu vi o Meu Deus prisioneiro na carne. Eu vi a Palavra prisioneira em corações de pedra. Eu vi meu Deus sepultado em almas presas aos corrompidos. E eu disse novamente:
“Eu não vos abandonareis, oh, meu Deus”!
Eu cultivarei este fogo
Eu adorarei esta chama
E, em breve, alguns irão aspirar a estar comigo. A ser Maitreya


Fonte: FRATERNIDADE VIRTUAL EU SOU LUZ


©2015 Solange Christtine Ventura
http://www.curaeascesao.com.br
Obrigado por incluir o link do website quando compartilhar esta Mensagem com outros.