“Dieta do pH"
Dra. Patrícia Davidson Haiat
Nutricionista funcional, diplomada pelo The Institute for Functional Medicine, docente do curso de pós-graduação em nutrição clínica funcional da VP Como funciona a dieta do pH?
A dieta do pH é pautada numa alimentação que deve conter uma proporção muito maior de alimentos alcalinos do que a quantidade de alimentos ácidos. Esta proporção entre os alimentos pode variar de pessoa a pessoa, mas geralmente ela deve ingerir pelo menos 60% de alimentos alcalinos e 40% de ácidos. O objetivo de mudar o pH é justamente auxiliar na eliminação de toxinas do organismo, pois elas são melhor expulsas em pH alcalino. O excesso de toxinas e a inflamação são, hoje, os maiores causadores de obesidade.
O que seria ideal para o bom funcionamento orgânico é que a dieta fosse seguida por um período curto de tempo, mas que se torne um estilo de alimentação a ser adotada para a vida, já que esta favorece o bom funcionamento celular que são estruturas essenciais ao bom funcionamento orgânico.
Há quanto tempo é usada essa dieta e onde surgiu?
O termo pH, definido em 1909, por um bioquímico europeu, significa o potencial do hidrogênio, portanto ele é usado para indicar a concentração dos íons hidrogênio em um fluido. A partir disso, pesquisadores mostraram que o organismo precisa estar mais alcalino para funcionar bem.
Há cálculos de calorias? Quantas devem ser consumidas por dia?
Não, não há qualquer tipo de embasamento em calorias. Para se alcançar a perda de peso efetiva e duradoura é preciso trabalhar nas causas da obesidade. Há duas causas essenciais para a maior parte das pessoas que sofrem com problemas em manter o peso: toxicidade e inflamação. Num ambiente ácido, o indivíduo não consegue eliminar toxinas, sendo assim o organismo fica “intoxicado” e consequentemente inflamado.
É possível perder de 4 a 8 kg em um mês?
A perda varia de pessoa para pessoa. Geralmente quem consome mais alimentos ácidos, no dia a dia, são as que mais emagrecem. Quem tem o hábito de consumir alimentos mais ácidos, vai ter, consequentemente, o organismo mais ácido, sendo assim a mudança de alimentação trará maiores benefícios do que para alguém que já segue uma alimentação mais alcalina.
Esta perda de peso entre 4 a 8 kgs é saudável, pois uma boa parte desta perda inicial de peso é na forma de água, que deve ser desta forma, pois a inflamação e a toxicidade provocam retenção hídrica.
Consumindo uma dieta antiinflamatória e desintoxicante ajudará a eliminar a retenção e as toxinas rapidamente. Isto levara a uma perda de peso rápida, porém saudável e necessária diante destas circunstâncias.
Após este período o indivíduo terá uma perda de peso contínua, tanto de líquidos quanto de gordura e esta proporção varia entre as pessoas.
Quais os componentes (principais ou alguns) determinam se um alimento é ácido ou alcalino?
O conteúdo de potássio e magnésio, sobretudo garantem um pH mais alcalino e os íons cloreto e compostos nitrogenados presentes nas carnes são os que mais matem o pH ácido.
Qual é a relação entre o nível do pH e o aumento do peso?
Toxicidade e inflamação são as causas primarias do excesso de peso. Para a célula funcionar perfeitamente elas necessitam receber nutrientes e oxigênio da corrente sanguínea e serem capazes de liberar o resíduo celular. Esta troca (ótima chegada de oxigênio e nutrientes e excreção do lixo celular) só acontece quando o organismo está levemente alcalino. Se a célula não joga fora as toxinas o corpo fica intoxicado e inflamado.
As toxinas podem interferir na perda de peso da seguinte maneira:
- Reduzindo a atividade de órgãos metabólicos essenciais como o fígado e a tireóide;
- Interferindo com a produção de energia e metabolismo. Reduz a habilidade da energia em “queimar gorduras” e calorias pela inibição da termogenese (produção de calor quando queimamos calorias);
- Interfere na produção de neurotransmissores cerebrais fazendo com que haja maior apetite;
- Aumentando a inflamação e o estresse oxidativo (ferramenta de envelhecimento orgânico), que reduzem o metabolismo. Ambas promovem o ganho de peso. Os radicais livres conseguem interferir com genes que controlam os níveis de açúcar no sangue, inflamação e produção de energia. Isso promove ganho de peso e resistência à perda de peso;
- Reduz a atividade e efetividade do hormônio insulina favorecendo o depósito de gordura, sobretudo na região abdominal;
- Reduz a ação da leptina (hormônio responsável por controlar a saciedade), assim o cérebro não recebe a mensagem que está satisfeito;
O estado de acidez orgânica, hoje, não é exceção, é praticamente uma regra nas sociedades ocidentais devido à mudança drástica de hábitos alimentares e de estilo de vida ao longo dos últimos anos.
As pessoas têm a sua alimentação repleta de alimentos muito ácidos, tais como: queijo, carne, cereais, açúcar, alimentos refinados, café e bebidas alcoólicas. Além disso, elas consomem poucos legumes, verduras, frutas, sementes e oleaginosas, que são necessárias, também para manter o equilíbrio do pH orgânico. Como um resultado deste padrão, a nossa bioquímica funciona num estado crônico ácido, berço de vários problemas de saúde, dentre eles a obesidade.
Isso pode acontecer com qualquer pessoa ou com aquelas que tem mais predisposição para o problema?
O organismo a cada minuto gera uma enorme quantidade de ácidos a partir dos seus processos metabólicos, mesmo que para desempenharem o seu trabalho propriamente, as células precisem de um ambiente alcalino. Portanto para manter a saúde, o organismo tem que neutralizar ou excretar a grande maioria dos ácidos produzidos a cada minuto. Esta capacidade de excretar ácidos e ter a capacidade de neutralizar o excesso de ácidos depende do organismo de cada um, geneticamente falando, e sobretudo influenciados pelo que é consumido.
Quais os componentes que determinam se um alimento é ácido ou alcalino?
O conteúdo de potássio e magnésio sobretudo garantem um pH mais alcalino e os íons cloreto e compostos nitrogenados presentes nas carnes são os que mais matem o pH ácido.
Quais alimentos são alcalinos e quais são ácidos?
Alimentos ácidos:
Os campões de acidificação orgânica são: café, sal, açúcar, carnes, queijos (mesmo branco), leite, iogurte, farinha, milho, trigo. Não temos como identificá-los de primeira, pois o potencial que um alimento tem de gerar ácidos no organismo não está relacionado ao seu sabor, mas sim a componentes que formam o alimento.
25 alimentos de efeito ácido
Café comum e descafeinado
Açúcar
Refrigerantes e bebidas com gás
Bebidas alcoólicas (uísque, vodka, cerveja, licor, etc)
Leite de soja
Queijos
Pizza
Óleo de soja
catchups
Mostarda
Carne bovina
Carne de porco
Pão branco e integral
Farinha de trigo
amendoim
milho
aspartame
vinho branco e tinto
lasanha
macarrão
avelã
camarão
grãos de soja
mexilhões e ostras
sal de cozinha
Alimentos alcalinos:
Os campeões da alcalinidade: lentilha, brócolis, melão, abacaxi, lima, nectarina, couve, alho, chá verde, brotos.
25 alimentos de efeito alcalino
Sal marinho
Alho
Orégano
Alecrim
Limão
Lima
Castanha de caju
Lentilha
Azeitonas verdes
Aipo
Abóbora
Rabanete
couve
Melão, especialmente o laranja
Brócolis
Repolho
Maçã
Mamão
Kiwi
chá verde e outros chás de ervas
damasco
uva passa
amêndoas
ameixa umeboshi
algas marinhas (kombu, wakame, hijiki, etc)
Quais os benefícios para a saúde?
A alimentação mais ácida favorece:
- Perda de potássio e magnésio orgânico, com uma tendência a pressão alta e a inflamação, assim como de dor associada ao processo inflamatório;
- Quebra da proteína dos estoques musculares, levando a perda de massa muscular. Isso gera menor capacidade orgânica de reparo das células, tecidos e órgãos;
- Irritação do trato urinário, levando a freqüência urinária aumentada e dolorida. Há maiores riscos de cálculos renais;
- Supressão da liberação de hormônios importantes levando as disfunções hormonais;
- Produção aumentada de radicais livres, levando a piora da dor, inflamação, enfraquecimento das articulações, redução da imunidade e envelhecimento precoce. Isso leva a redução dos estoques de nutrientes antioxidantes como vitamina C, E, selênio, e zinco, deixando o organismo debilitado;
- Menor eficiência na produção de energia, levando ao mau funcionamento celular e baixos níveis de energia, especialmente para a prática de atividades físicas;
- Aumento da retenção de líquidos;
- Alteração da flora intestinal, com piora de queixas digestivas;
- Redução de capacidade mental.
Portanto, equilibrando estes níveis de acidez conseguimos melhora em todos estes sistemas.
Existem condutas que devem ser seguidas durante a dieta que potencializem os resultados?
Assim como num plano alimentar convencional, a prática de atividades físicas freqüentes deve ser estimulada.
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